sábado, 15 de janeiro de 2011

Homem sem rosto de mil faces

Eu já ouvi falar em "auras" que as pessoas teriam que supostamente emanavam que tipo de pessoa elas são, que fazem outras pessoas terem algumas reações imediatas do tipo "gosto dessa pessoa" ou "não vou com a cara dessa pessoa".
Aparentemente, isso se aplica a todo aspecto da natureza de uma pessoa. Até a sua profissão.
Já ouvi uma pilha de comentários do tipo.
Então, eu tenho cara de quem é antipático, chato, fofo, gênio, simpático, amigável, retardado, estranho, quieto, metido, criativo, assustador... entre outras coisas.
Outras dezenas. Estão faltando alguns xingamentos aí...
Nenhum desses vem ao caso.
Entre profissões, eu teria cara de engenheiro, médico, escritor, advogado e até radialista. Quer dizer, eu nem sabia que radialista tinha cara. Eles são só vozes que saem de uma caixinha de sons. Sons ruins, por sinal: nunca gostei de rádio. Escritores até tem fotos no fim dos livros, às vezes. Mas radialistas só teriam voz.
E também, advogado, até. Me pergunto se pareço assim tão demoníaco.
O problema de verdade é que várias dessas "caras" são bem opostas.
Talvez eu seja uma pessoa que mude depressa.
Bom, eu fico mudando de personalidade. Talvez metade desses seja você e outra metade seja eu. Eu sempre achei que tinha cara de quem tinha outra cara mesmo.
Naah, as pessoas é que não sabem te nomear adjetivos. Exceto talvez, os que te xingaram.
Eeesh. Seu advogado.
Também não precisa partir pra ignorância.
Ok, ok. Mas enfim, sempre gostei de me ver como alguém sem identidade, sem um rosto.
Não são muitos os que se orgulhariam disso.
Bom, supondo que eu não tenho cara de nada, então eu posso ser qualquer coisa. É uma filosofia bem mais legal.
Tipo, uh, Raul Seixas?
...Sabe, até que sim.